A convicção de que armar a população civil simplesmente atende a interesses de dominação política e social é apenas parte de um dos problemas fundamentais do Brasil de hoje, argumenta Luiz Eduardo Soares num ensaio curto e inquietante publicado na serrote #33. Para o cientista social e antropólogo, especializado em segurança pública, a disseminação de armas desfavorece todas as forças da sociedade, sem exceção.

Nos momentos em que a democracia está sob ataque, um escritor que se cala corre o risco, nada desprezível, de se tornar cúmplice do autoritarismo.


Da Alemanha nazista ao Brasil de hoje, o ressentimento impulsiona forças políticas reacionárias e violentas, escreve a psicanalista Maria Rita Kehl neste ensaio publicado na seção especial “9 perguntas para o Brasil de hoje”, da serrote 33
Na seção, intelectuais como Luiz Eduardo Soares, Milton Hatoum e Aparecida Vilaça refletem sobre questões cruciais no país, da proliferação da violência ao silêncio dos escritores diante do autoritarismo.

A serrote 33 traz a seção especial “9 perguntas para o Brasil de hoje”, na qual nove intelectuais – como Milton Hatoum, Maria Rita Kehl e Luiz Eduardo Soares – refletem sobre questões cruciais no país, da proliferação da violência ao silêncio dos escritores diante do autoritarismo. Esta edição apresenta também um trecho do novo livro do filósofo Georges Didi-Huberman, que discute levantes populares no passado e no presente. E um ensaio da escritora Claudia Rankine sobre suas tentativas de questionar homens brancos sobre seus privilégios. E ainda: as cartas de Hannah Arendt e Gershom Scholem sobre a banalidade do mal; um diário de viagem de Virginia Woolf; um manifesto de Lucía Lijtmaer em defesa do direito de protestar; uma viagem pela saga de Canudos por Hélio de Seixas Guimarães e Carlos Augusto Calil; e muito mais.