Retirar-se da cidade é, para toda uma linhagem de poetas, mais do que afrontar os excessos de civilização: o que nasce no campo é um outro “eu”, integrado e até diluído em seu entorno.

No lançamento da serrote 26, o escritor francês Patrick Deville, autor de obras como Viva! e Peste e cólera, participou de uma conversa com o editor Paulo Roberto Pires.
O evento aconteceu no IMS Rio, em 1º de agosto de 2017, e está registrado na íntegra neste vídeo.

Em 1951, James Baldwin foi o primeiro negro a botar os pés em Leukerbad. No vilarejo suíço, que vivia alheio à luta pelos direitos civis, encontrou um espelho do racismo disseminado pelo mundo e, sobretudo, do combate contra o preconceito travado nos Estados Unidos. Sua passagem pelo balneário dos Alpes resultou em “O estranho no vilarejo”, ensaio hoje clássico que a serrote 26 publicou pela primeira vez no Brasil. O texto serviu de bússola a Teju Cole, que refez a viagem decisiva de Baldwin para escrever “Um corpo negro”, incluído na mesma edição. Seis décadas depois, o mundo, como constatara o autor de Notas de um filho desta terra, jamais voltaria a ser branco.


Convidado da Flip, o escritor francês Patrick Deville participa de debate no lançamento da serrote 26 no IMS Rio, dia 1º de agosto, às 20h

A serrote 26 traz um ensaio clássico de James Baldwin sobre racismo, publicado pela primeira vez no Brasil, e um relato de Teju Cole sobre uma viagem inspirada em Baldwin. Além disso, a revista apresenta um trecho do novo livro da mexicana Valeria Luiselli e ensaios de Patrick Deville, Leonardo Fróes e Fredric Jameson, entre outros.