Carta do editor

Kentridge, Kalman e Schulz

Cada edição desta quadrimensal traz conjuntos exclusivos de obras de arte, ilustrações ou fotografias produzidos por autores de reconhecida qualidade e que ainda são pouco familiares ao leitor brasileiro. Para editá-los, ouvimos sugestões e observações  críticas de notáveis conhecedores e solicitamos uma curadoria para a seleção das obras a serem publicadas. Paralelamente, negociamos os direitos de publicação no Brasil e cuidamos da boa qualidade da reprodução gráfica dessas obras, um grande desafio. ¶ É momento de raro prazer para os editores quando um artista da importância do sul-africano William Kentridge, que realizou talvez a grande exposição de 2010 no moma, de Nova York, nos oferece o Standard Cataloque, seu mais recente trabalho (que o leitor deste número da serrote encontra entre as páginas 65 e 74). Ou quando a destacada artista gráfica nova-iorquina Maira Kalman, autora das ilustrações de capa deste número e do ensaio visual das páginas 154 a 170, nos envia mensagem dizendo que viu um serrote lindo e se propõe a pintá-lo com exclusividade para nós (é o serrote da página de rosto desta edição). ¶ Quando as obras não são inéditas, procuramos um olhar singular para selecioná-las. Nesta edição, o escritor israelense David Grossman, autor de tocante texto sobre Bruno Schulz, escolheu para a serrote os desenhos do próprio escritor/ artista polonês que ilustram o ensaio (páginas 116 a 137). ¶ O Instituto Moreira Salles e os editores desta quadrimensal consideram sua tarefa manter o olho do leitor brasileiro atualizado com o que há de melhor no mundo das artes visuais – juntamente com a causa de sempre da serrote, a de divulgar o ensaio bem escrito.

Paulo Roberto Pires